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Neurociência e a descoberta do EU

Você sabe o que é neurociência?

Neurociência é o campo científico que se dedica ao estudo do sistema nervoso, que é formado por cérebro, medula espinhal e nervos periféricos – que são os objetos de pesquisa dos neurocientistas.

A neurociência se relaciona com diversas outras áreas, partindo de saberes e aplicações da Física, Linguística, Comunicação, Psicologia, Engenharia, Fisiologia, Biomedicina e outras.

Por muito tempo, a área da neurociência ficou restrita ao aspecto biológico, ou seja, aos comandos dados pelo cérebro, transportados e executados por outras partes do organismo pois não relacionávamos o cérebro diretamente à consciência humana, que exerce grande influência na postura, pensamentos, desejos e até necessidades.

Porém, uma vez que o cérebro se tornou protagonista em eventos e experimentos, ficou clara sua ligação e correlação com a consciência, provocando uma série de questionamentos a respeito do seu papel nas decisões humanas.

Desta forma, a neurociência ganhou ainda mais relevância, já que tem potencial para explicar, além de reações do corpo, os fenômenos da mente. Ou para ficar mais claro, como disse o neurocientista Sidarta Ribeiro: “a neurociência nos possibilita compreender os mecanismos das emoções, pensamentos e ações, doenças e loucuras, aprendizado e esquecimento, sonhos e imaginação, fenômenos que nos definem e constituem.”

Principais campos que se inter-relacionam com a neurociência

Falaremos aqui, sucintamente, de alguns campos da neurociência, como a neurociência comportamental, a neurociência cognitiva, a neurofisiologia, a neuroanatomia e a neuropsicologia.

Dedicada a entender o que está por trás da conduta humana, a neurociência comportamental foca nos fenômenos da mente, individualidades como a formação da personalidade e da memória. Ela observa a consciência e de que maneira o inconsciente afeta as decisões tomadas por cada indivíduo.

A neurociência cognitiva, centrada no pensamento, memória e dinâmica do aprendizado, estuda parte da percepção e sensação, seguindo para seu registro e acesso pelo eu consciente. Como o início de um aprendizado se dá pela experiência, esse campo investiga, também, as interações dos cinco órgãos dos sentidos, que são canais de captação das novas informações que serão interpretadas e transformadas em conhecimento.

Combinando neurociência ao estudo das partes do organismo e sua interação, a neurofisiologia inclui investigações sobre o sistema nervoso central e o periférico. Enquanto o primeiro trata do cérebro e medula espinhal, o sistema nervoso periférico analisa as funções dos nervos, que conferem sensibilidade e comandam os músculos do corpo.

Conhecer esses processos permite não apenas sua compreensão, mas também a identificação de desordens que tenham origem no mau funcionamento do sistema como um todo, a exemplo da epilepsia e esclerose múltipla.

Integrada à anatomia, a neuroanatomia se dedica ao conhecimento sobre a organização e estrutura do cérebro, medula espinhal, nervos e terminações nervosas, avaliando os impactos de lesões e experimentos, trabalha em conjunto com a neurofisiologia, colaborando para aprofundar os saberes sobre o funcionamento do sistema nervoso.

Já a neuropsicologia consiste na análise da base cerebral para respostas e atitudes complexas do organismo, incluindo distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais. Estuda, por exemplo, o impacto de lesões e traumas cerebrais na personalidade.

Neurociência na prática

Dentre várias aplicações já estudadas pela neurociência, destacamos aqui algumas:

a) A neurociência e o envelhecimento

Como todos sabemos, vários fatores, como melhores medidas sanitárias, de higiene e na medicina têm aumentado a expectativa de vida da humanidade. Mesmo em países em desenvolvimento, grande parte da população pode ultrapassar as sete décadas de vida.

No entanto, nem sempre esta longevidade vem acompanhada de qualidade de vida. Doenças neurodegenerativas, a exemplo de Parkinson e Alzheimer, impedem que a velhice seja saudável e tranquila.

A neurociência investiga as causas, processos, tratamentos e medidas que possam levar à cura dessas enfermidades.

b) A neurociência e a educação

Embora a internet tenha possibilitado uma expansão nas barreiras para o aprendizado humano de uma forma mais equilibrada, as oportunidades ainda refletem desigualdades econômicas e sociais.

Crianças, adolescentes e adultos de países como o Brasil estão longe de ter uma formação similar à de nações desenvolvidas, como Estados Unidos, Austrália, Israel e estados da Europa Ocidental.

Segundo Ribeiro, é preciso compreender melhor as bases biológicas, psicológicas e pedagógicas do aprendizado escolar para diminuir o abismo educacional entre essas nações. Ou melhor, a universalização das oportunidades de aprendizado depende de assuntos estudados pela neurociência.

c) Neurociência e medicamentos químicos

Descobertas neurocientíficas sobre abordagens terapêuticas diferentes sobre a utilização de medicamentos são outro ponto importante para diminuir efeitos adversos das drogas.

Desde os anos 1950, o acesso e a utilização de sedativos, calmantes e antidepressivos desencadearam o que uma epidemia de distúrbios psiquiátricos.

Estudos neurocientíficos, associados à psicologia, tornou possível encontrar alternativas que combatam esses distúrbios e promovam a saúde mental.

d) Neurociência Cognitiva Organizacional

O coração da interseção entre a neurociência e os negócios é denominado Neurociência Cognitiva Organizacional (NCO). Essa ciência é um campo emergente de pesquisa que está apenas começando a explorar a aplicação da biologia no desenvolvimento de liderança e organização.

Ela reside não apenas no uso de um único método, mas em uma maneira de pensar sobre os problemas de negócios, trazendo, assim, uma ampla gama de técnicas para a mesa de pesquisa organizacional. Por meio desses métodos mais abrangentes, a NCO permite realizar uma abordagem neurocientífica sobre problemas e decisões relevantes para os negócios, possibilitando compreender a relação entre os processos mentais das pessoas e seus comportamentos e eficácia nas organizações.

e) Neurociência e Marketing

Assim como em diversos campos, a neurociência também veio para preencher uma lacuna existente no marketing, nascendo, dessa forma, o Neuromarketing.

Essa ciência surgiu a partir da incapacidade das organizações de entender os estados inconscientes dos consumidores e consequente necessidade de compreender como estes pensam e tomam decisões. As lacunas do marketing responsáveis por originar o neuromarketing constituem 95% das decisões dos consumidores, fazendo com que esse campo do conhecimento seja fundamental dentro das organizações.

O neuromarketing é a maneira pela qual os profissionais do marketing utilizam diferentes aspectos da ciência do cérebro para a obtenção de melhores resultados, englobando pesquisas e estratégias comportamentais.

f) Neurociência e a Psicanálise

Ao longo do século XX, a psicanálise foi bastante rejeitada, mas, através de abordagens neurocientíficas, vem sendo melhor compreendida nas últimas décadas. Atualmente, especialistas dão crédito a uma das maiores teorias de Sigmund Freud – o inconsciente, definido como um banco que reúne todas as memórias e combinações entre elas.

Outros dois conceitos em destaque são a repressão inconsciente e a supressão consciente de memórias, de acordo com Ribeiro: “Mediante estudos de ressonância magnética funcional, descobriu-se que a supressão de memórias indesejadas pode ser detectada objetivamente e tem como correlatos neurais uma desativação do hipocampo e da amígdala, regiões cerebrais dedicadas respectivamente às memórias e emoções, através da ativação de áreas do córtex pré-frontal relacionadas à intencionalidade.”

g) Neurociência e a Consciência

Diferentemente do que se acreditava, a consciência não é um objeto ou local do cérebro e, sim, um processo de fluxos distribuídos por várias regiões cerebrais, que usa a imaginação para criar narrativas paralelas ao momento presente.

A consciência é um dos maiores mistérios estudados pela neurociência. Com base nesses conhecimentos, começam a surgir experimentos de neurofeedback, que verificam a eficácia de treinar a atividade cerebral com finalidades distintas, relacionadas à terapia e reabilitação.

Desse modo, seria possível controlar, por meio do eu consciente, dinâmicas automáticas e, em princípio, inconscientes.

O Todo é mente, o Universo é mental…

Você pode pensar que a neurociência é uma ciência nova, da era pós moderna. Mas não, não é. Talvez o termo “neurociência” sim, seja de nosso século. Registros apontam que o termo surgiu em congressos realizados por volta de 1972, quando foi produzido o primeiro equipamento de tomografia computadorizada.

Alguns milênios a.C. (não se sabe ao certo se 3.000 a 4.000 anos a.C) viveu Hermes Trimegisto, que falou sobre as 7 Leis Universais. A primeira delas é o Mentalismo, que dizia exatamente isto: O Todo é mente, o Universo é mental.

Estas leis estão bem explicadas no livro Caibalion, se você tiver interesse em saber mais. Aqui falaremos um pouco sobre esta primeira lei.

Ao usar o termo “TODO”, a filosofia hermética faz referência a todo o universo, inclusive o que está além do que percebemos em nosso mundo material. O “todo” engloba tanto aquilo que compreendemos e vemos como o que não compreendemos ou não vemos.

Quando a primeira lei hermética diz que este todo é “MENTE”, ela nos diz que ele é fruto de uma Criação Mental e que ele é uma “MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL”. Nós vivemos e nos movemos dentro da natureza mental do universo. Sendo então a natureza do universo mental, a mente está na origem de todas as coisas (https://www.astrolink.com.br/artigo/mentalismo).

O livro O Caibalion afirma que aquele que estudar este princípio universal poderá também aplicá-lo para dominar a sua própria realidade. O poder da mente agiria como uma “chave-mestra” que pode, portanto, “abrir as diversas portas do templo psíquico e mental do conhecimento” de modo que se alcance a iluminação, o domínio de si mesmo e consequentemente a felicidade.

O objetivo deste artigo

Nosso objetivo com este artigo obviamente não é esgotar o assunto sobre a neurociência na atualidade. Mas sim fazer uma breve apresentação da neurociência, instigando-o a querer saber mais. Você pôde ver qual é a importância dessa parte (sistema nervoso) do nosso organismo. Assim sendo, sem o bom funcionamento dela, não poderíamos realizar as tarefas mais básicas do dia a dia, muito menos sobreviver.

Isso porque o sistema nervoso não controla apenas os movimentos voluntários, mas também os involuntários. Dessa forma, é importante que nós valorizemos a neurociência, já que os estudos dessa área nos ajudam a compreender e cuidar melhor dessa parte tão importante do nosso corpo.

A neurociência é uma área multidisciplinar, que evoluiu ainda mais com o desenvolvimento científico e tecnológico nos últimos anos, permitindo um entendimento mais aprofundado do cérebro, da cognição e do comportamento humano.

Também tivemos como objetivo despertar em você o interesse em descobrir mais e mais as conexões possíveis entre seu sistema nervoso, suas emoções, seus pensamentos, seu inconsciente, o envelhecimento e sua saúde como um todo.

Não podemos mais não nos responsabilizarmos por nosso bom ou mau desempenho. Pois tudo está dentro de nós. Durante a semana lhe conduziremos a um delicioso passeio por vários temas relacionados à neurociência. Não deixe de nos acompanhar em nossas redes sociais.

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